Relatório de Emprego

Relatório Anual de Emprego 2024

O Segundo Relatório de Emprego em Angola (2024), elaborado pela Jobartis em parceria com o CINVESTEC – Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada de Angola, apresenta uma análise detalhada das práticas salariaisestabilidade laboral e perspetivas do mercado de trabalho angolano. Este relatório baseia-se em inquéritos realizados a empresas e candidatos, fornecendo informações valiosas sobre as dinâmicas do emprego formal no país.

Metodologia

O relatório baseia-se numa abordagem de análise exploratória de dados utilizando estatística descritiva. Os dados foram coletados do Portal de Emprego de Angola — Jobartis, cobrindo o período de 2020 a 30 de junho de 2024. Responderam aos inquéritos 21 empresas (3 grandes, 5 médias, 7 pequenas e 4 micro) e 2.347 candidatos. Contrariamente ao Relatório de 2023, optou-se por considerar inválidos todos os dados não preenchidos ou ambíguos. Dada a especificidade da amostra, as conclusões não podem ser generalizadas para o mercado de trabalho angolano como um todo.

Destaques

Práticas Salariais

A dispersão salarial no mercado é enorme. O salário mais baixo registado é de 50 mil Kwanzas, e o mais elevado de 17 milhões, mostrando que o salário máximo é 340 vezes superior ao mínimo. A média dos salários é de 935 mil Kwanzas, e o valor central (mediana), de 350 mil Kwanzas.

Os salários variam significativamente por tipo de empresa. Nas grandes empresas, o salário máximo é de 17 milhões, nas médias 10 milhões, nas pequenas 8 milhões e nas micro de 800 mil Kwanzas. As empresas maiores pagam melhor do que as mais pequenas, com as grandes empresas a pagarem em média 157% da média geral, enquanto as micro pagam apenas 22%.

O leque salarial por empresa varia entre 4 vezes e 120 vezes, sendo mais elevado nas médias empresas. A política salarial parece bastante caótica sem um padrão lógico bem definido, mostrando um leque salarial desproporcional e pouco incentivador da produtividade.

Por funções específicas
  • Motoristas: salário médio de 173 mil Kwanzas, variando entre 50 mil e 410 mil.
  • Pessoal de limpeza: salário médio de 131 mil Kwanzas, variando entre 50 mil e 370 mil.
  • Pessoal de segurança: salário médio de 139 mil Kwanzas, variando entre 50 mil e 450 mil.
  • Técnico júnior: salário médio de 268 mil Kwanzas, variando entre 70 mil e 650 mil.
  • Técnico sénior: salário médio de 373 mil Kwanzas, variando entre 80 mil e 870 mil.
  • Engenheiro júnior: salário médio de 592 mil Kwanzas, variando entre 120 mil e 1,5 milhões.
  • Engenheiro sénior: salário médio de 917 mil Kwanzas, variando entre 150 mil e 3 milhões.
  • Diretor: salário médio de 2,3 milhões de Kwanzas, variando entre 250 mil e 5,7 milhões.
  • Diretor Geral: salário médio de 4,8 milhões de Kwanzas, variando entre 350 mil e 17 milhões.

Em todas as funções, as grandes empresas pagam significativamente melhor que as micro-empresas, evidenciando a incapacidade destas últimas de competirem em termos salariais.

Estabilidade Laboral

A rotação média no mercado é extremamente baixa: 1,5% no total da amostra. A rotação é superior nas micro-empresas (14%) e decrescente segundo aumenta o tamanho da empresa até chegar a apenas 0,9% nas grandes empresas.

Os trabalhadores com mais de 5 anos de antiguidade representam 64% do total, enquanto os com menos de um ano representam apenas 3%. Nas grandes empresas, 70% dos trabalhadores têm mais de 5 anos de antiguidade. Nas micro-empresas, prevalece o pessoal com menos de um ano (64%).

Perspetivas do Mercado

58% das empresas preveem aumentar o número de colaboradores ao longo do ano, enquanto nenhuma empresa afirmou que iria reduzir pessoal. 47% desejam manter os efetivos. As empresas de menor dimensão parecem mais otimistas e desejam crescer (71% das pequenas e 67% das micro), enquanto as maiores estão mais prudentes (67% das grandes e 75% das médias pensam manter o pessoal).

O total das empresas prevê aumentar 178 novos postos de trabalho (3,2% do total de efetivos).

Os trabalhadores confiam na segurança do emprego. 60% dos trabalhadores acham pouco ou nada provável serem despedidos. Por outro lado, 53% consideram alta a probabilidade de mudarem de emprego a curto prazo.

Em linha com a confiança no mercado de trabalho, 52% dos trabalhadores consideram que, de ser necessário, encontrariam emprego em menos de 3 meses. Apenas 15% acham que demorariam mais de um ano em encontrar emprego.

Satisfação Laboral

Existe um elevado nível de satisfação das empresas com os colaboradores: 86% estão satisfeitas com o nível técnico dos seus colaboradores. Esse valor diminui para 76% em relação à satisfação comportamental.

Da sua parte, o trabalhador angolano está satisfeito com as condições laborais. 80% dos trabalhadores estão satisfeitos com os colegas, 72% com a integração no posto de trabalho e 65% estão satisfeitos com a chefia. Ao mesmo tempo, cerca de 50-53% dos entrevistados estão satisfeitos com as possibilidades de crescimento na empresa e com a cultura organizacional. A principal fonte de insatisfação é o salário, com apenas 38% estando satisfeitos com o mesmo (42% estão insatisfeitos).

Benefícios Laborais

Todas as empresas declararam dar algum tipo de benefício monetário. Os valores mais frequentes vão para o subsídio de transporte (90%) e de alimentação (81%), seguidos pelo abono de família com 62%.

As categorias de trabalhadores a quem maior número de empresas oferece benefícios monetários são os técnicos e administrativos, ambos com 62%, seguidos dos diretores com 57% e operários com 48%.

Quanto aos benefícios não monetários, os mais valorizados pelos trabalhadores são a formação (79%) e o seguro de saúde (70%). O afastamento entre o que as empresas oferecem e o que os trabalhadores valorizam é sempre positivo, exceto na formação, mostrando que uma maior percentagem de empresas oferece esses benefícios relativamente à percentagem dos trabalhadores que os valoriza.

Características dos Candidatos

Responderam ao inquérito 2.347 candidatos, sendo 51% empregados e 49% desempregados. Dos que responderam à pergunta sobre género (30% do total), 71% são homens e 29% mulheres.

Conclusão

Parece haver um razoável otimismo, quer de empresários quer de trabalhadores. Há uma grande coincidência de pontos de vista entre ambos, mas com um razoável afastamento a nível salarial, que deve ser a maior preocupação dos RH das empresas. Contudo, estas conclusões são limitadas sobretudo no que diz respeito às empresas, uma vez que a amostra se limita a 21 empresas.

Obtenha uma cópia gratuita do Relatório completo preenchendo o formulário aqui em baixo.

Obter o Relatório de Emprego 2024

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Configurações de privacidade
Usamos cookies para melhorar sua experiência ao usar nosso site. Se você estiver usando nossos Serviços por meio de um navegador, poderá restringir, bloquear ou remover cookies por meio das configurações do navegador da web. Também usamos conteúdo e scripts de terceiros que podem usar tecnologias de rastreamento. Você pode fornecer seu consentimento seletivamente abaixo para permitir tais incorporações de terceiros. Para obter informações completas sobre os cookies que usamos, os dados que coletamos e como os processamos, verifique nosso Política de Privacidade