Nos últimos anos, temos assistido a uma evolução tecnológica global, conhecida como a quarta revolução industrial ou revolução 4.0. Esta tem permitido o surgimento da inteligência artificial (IA), do metaverso e de outras tecnologias que simplificam processos, reduzem prazos e otimizam tarefas. Naturalmente, os principais líderes organizacionais estão entusiasmados com os cenários apresentados por estas novas tecnologias.
Actualmente, a discussão sobre a IA e seu impacto na produtividade das empresas é intensa. Ao contrário do que muitos pensam, a integração da IA não se resume à substituição de trabalhadores por máquinas inteligentes. Uma das preocupações mais frequentes dos líderes tem a ver com a necessidade de procurar soluções inteligentes que optimizem o trabalho do colaborador com vista a aumentar a produtividade, e desta forma se destacar da concorrência.
Para acompanhar o avanço tecnológico, os profissionais precisam aprimorar as suas habilidades. A integração tecnológica exige que os trabalhadores se tornem “profissionais T” – uma combinação de conhecimentos profundos em uma área específica com habilidades gerais em outras áreas. Falaremos mais sobre este conceito numa próxima oportunidade.
Os líderes têm um papel crucial na integração das IAs nas empresas. Eles devem auxiliar os colaboradores a redesenhar suas trajectórias profissionais, incentivando o aprendizado contínuo e a criatividade no local de trabalho. Além disso, é fundamental promover a transparência e a ética na implementação das IAs, garantindo que as oportunidades de desenvolvimento dos colaboradores sejam reais e adaptadas às suas necessidades, e não apenas baseadas em dados fornecidos pelos algoritmos.
Actualmente, os processos de selecção e recrutamento das corporações estão mudando significativamente devido à IA. As competências tradicionais têm sido colocadas de parte, com ênfase para as competências brandas (soft skills), sendo substituídas por competências próximas das análises dos algoritmos. Questões como a agilidade e o rápido aprendizado têm sido muito valorizadas pelas empresas, o que de certa forma tem ajudado a formatar o descritivo de funções do profissional do futuro.
Entretanto, a implementação da IA nas empresas apresenta múltiplos desafios e oportunidades. Desde o impacto na cultura organizacional até a necessidade de equilibrar novas soluções com crenças, costumes e tradições dos colaboradores, há muito a ser considerado. É fundamental encontrar um ponto de equilíbrio que permita o desenvolvimento da empresa e o aumento do desempenho colectivo.
Conclusão
O advento das IAs na gestão de talentos é inevitável e traz consigo uma série de oportunidades e desafios. A chave para o sucesso reside na capacidade das empresas de integrar essas tecnologias de maneira ética e transparente, proporcionando aos seus colaboradores, as ferramentas e oportunidades necessárias para se adaptarem e prosperarem neste novo ambiente.
Mauro Domingos
Director Adjunto da Jobartis
Para saber mais sobre o impacto das IAs na gestão de recursos humanos e outras tendências do mercado de trabalho, continue a acompanhar o nosso blog.
Em um cenário como o nosso (Angola) a inteligência artificial, está gradualmente revolucionando o panorama da gestão de talentos, impulsionando mudanças significativas na forma como as empresas recrutam, selecionam, desenvolvem e retêm seus colaboradores. Apesar dos desafios inerentes à adoção de novas tecnologias, essa transformação digital apresenta um leque de oportunidades para o futuro do mercado de trabalho angolano, e quem começar a se adaptar primeiro.
É fundamental superar os desafios relacionados à infraestrutura digital, à qualificação da força de trabalho, à aceitação da tecnologia e à regulamentação. Ao implementar a IA de forma estratégica, responsável e ética, as empresas angolanas podem aproveitar todo o potencial dessa tecnologia para construir um futuro de trabalho mais próspero e inclusivo para todos.